Comunik Idiomas: Falta de água ou falta d´água, qual é o certo?
Em meio a uma das maiores crises hídricas da história, algumas
expressões merecem especial atenção.
Nesta semana, recebi a seguinte pergunta de
uma jornalista:
“Professor, devo usar
a forma ‘falta d’água’ ou ‘falta de água’?”
O bendito sinal
Apóstrofo indica supressão de letra(s) e tem, na atualidade, uso bastante
restrito. Vejamos os três casos práticos:
O primeiro caso,
oficialmente, marca a apócope (supressão de fonema ou de sílaba no fim de
palavra) da vogal e em palavras compostas ligadas pela preposição “de”:
“estrela-d’alva”, “mãe-d’água”, “olho-d’água”, “copo-d’água” etc.
Nesse caso, notemos
que o apóstrofo sinaliza a economia de sons em substantivos compostos. Além
disso, o hífen aponta o significado não literal dos termos. Como exemplo,
“copo-d’água”, de acordo com o próprio Houaiss, remete a uma pequena reunião
com doces, bebidas etc., oferecida por amigos.
Em palavras mais
simples, quem nunca ouviu a famosa frase “Fulano, receba a visita e ofereça-lhe
um copo-d’água!”?
O segundo caso, sobre
uso do apóstrofo, indica a supressão de uma letra ou mais no verso, por
exigência de metrificação. Cabe aqui ressaltar que a situação é literária:
“co’este”, “c’roa”, “esp’rança”, “of’recer” etc.
O terceiro caso, por
fim, indica a derivação de nomes estrangeiros registrados com apóstrofo:
“D’Annunzio”.
Sobre a dúvida da
jornalista, é importante notarmos que “falta” é verbo e não ocorre a formação
de um substantivo composto. Sendo assim, não há razão para o uso de apóstrofo
na escrita.
No entanto, na fala,
por questão de eufonia (som agradável) e também objetividade, há sim o “falta
d’água”. Em alto e rápido tom, “falta de água” pode passar ao ouvinte um som
estranho, uma conhecida cacofonia.
Ratificando, na
escrita – “falta de água”; na fala, a inevitável apócope “falta d’água”.
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